segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz Ano da Juventude



Um grande ano nos espera, um ano no qual a nossa cidade será invadida por uma onda de jovens vindos de todas as partes do Brasil e do mundo, e receberá a visita do Papa Bento XVI. Iniciaremos, nesta semana, o primeiro dia do primeiro mês do Ano da Juventude.

Um grande ano, de muito trabalho e de muitos encontros se delineia para a nossa amada cidade, para os nossos jovens, para as nossas famílias.
O próximo ano será o da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento que sempre deixa um rastro positivo de renovação, e ficará marcado não só pela curiosidade de ver uma multidão de jovens animar a Cidade Maravilhosa, mas também de observar que novidade que ela trará para a vida de cada um de nós. Entre tantos legados que esperamos dos grandes eventos, esse terá um incomparável: deixará a presença de um Deus amor no coração dos jovens arautos da manhã e anunciadores de um mundo novo.
Dia 5 de janeiro comemoraremos a espera dos últimos 200 dias para a JMJ. A espera é uma palavra difícil, sobretudo para os jovens, mas é uma palavra prenhe de vida. A espera é a nota do tempo de Advento que nós acabamos de viver. Um tempo que se concluiu com a figura de Maria, nossa mãe e mãe de Deus, que viveu como nenhuma outra pessoa à espera do nascimento do Salvador. É a figura de Maria, Mãe de Deus, que encerra a oitava do Natal e abre o novo ano.
A espera de Nossa Senhora era uma espera bendita, como aquela que as mães geralmente vivem, dominadas pela presença do filho que carregam em si, mas igualmente pelo desejo de vê-lo, conhecer suas feições, acariciar seu corpo diminuto, de contemplar a novidade da criança que deve nascer. Presença e espera convivem e se completam. Presença e espera continuam a preencher os dias de uma mãe que vê seu filho crescer, de novidade em novidade.
O primeiro dia do ano é dedicado à mãe de Deus. É muito importante que seja assim. É como que uma invocação para que aquela que soube esperar nos ensine a esperar também. A esperar e a reconhecer que existe uma Presença que acompanha a nossa vida. A novidade do Ano Novo não pode se exaurir no primeiro dia. Um ano realmente novo é aquele que traz novidade a cada dia. É o que anunciamos: a espera já é a grande festa da juventude.
Essa espera esquenta o coração, nos faz vibrar e é a coisa mais bonita da festa de Réveillon, que enche aquele cenário excepcional que é a Praia de Copacabana. Iremos, como todos os anos, celebrar e esperar do alto do Corcovado, aos pés do Redentor. Porém, em 2012, o povo que espera o ano que deve chegar, espera, na verdade, algo mais.
A multidão é cheia da espera por uma novidade que não se sabe qual seja, mas que deve vir. A espera tem a dimensão do coração do homem. Nosso coração espera, traz uma espera que nem o barulho ensurdecedor do nosso tempo consegue eliminar. Todo o mundo parece conspirar para que o homem não espere, viva sem viver, se habitue ao feio e ao pequeno, mas diante do mar de Copacabana e do anúncio da novidade, a espera reacende. Dali a espera se estende por toda a cidade, todas as casas, salões e clubes que receberão os jovens peregrinos, além de uma região em Guaratiba, atualmente vazia. Nela, contemplaremos os milhões de jovens que, ao contemplar os montes que se erguem no entorno, anunciarão ao mundo a aurora de um tempo novo, e, numa nova avenida, com ônibus de transporte rápido, percorrerão ruas e vielas, túneis e viadutos para levarem ao mundo a esperança e a paz em Cristo.
Para o próximo ano é importante que os jovens da cidade do Rio de Janeiro sejam portadores da Paz. Neste ano, o Papa Bento XVI, em sua “46ª Mensagem para o Dia Mundial da Paz”, recorda que todos somos chamados a ser felizes por sermos os construtores da Paz. Mas o mesmo Papa dirigiu sua palavra à juventude em sua mensagem para o início do ano que se vozfinda: “nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens, e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade.
Queria, pois, revestir a ‘Mensagem para o 45º Dia Mundial da Paz’ de uma perspectiva educativa: ‘Educar os jovens para a justiça e a paz’, convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo. É importante que esses fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver “coisas novas” (Is 42, 9; 48, 6).”
Queridos jovens: o próximo ano é de vocês! Assim como a JMJ nos envia a fazer discípulos entre os povos, a Campanha da Fraternidade coloca todos disponíveis: “Eis-me aqui, envia-me”. A Arquidiocese do Rio de Janeiro abre os seus corações para receber a todos, como o Nosso Cristo Redentor, de braços abertos. Animem-se para viver com intensidade a JMJ Rio2013, e vamos testemunhar Deus Menino, nascido de Maria Santíssima, para nos salvar!
A Praia de Copacabana, no sétimo mês do Ano da Juventude, será tomada por uma multidão diferente: jovens de todas as raças e línguas que encontram Alguém que os encheu de espera e de esperança. Dali, partirão em peregrinação para a Zona Oeste da cidade, para dizer em Guaratiba que eles querem preencher todos os vazios do mundo, com a esperança de uma nova vida buscada no íntimo de todos. Assim, juntos passaremos pela “porta da fé” a caminho de novos horizontes. A fé é um modo diferente de ver e viver a vida, um modo que é dominado por uma Presença que enche o homem de esperança.
A todos os homens de boa vontade, construtores da paz, de perto e de longe, tenham todos um feliz e santo Ano da Juventude.


† Orani João Tempesta, O. Cist. 
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Fonte: rio2013.com

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