sábado, 30 de março de 2013

Primeira Catequese de Papa Francisco foi dedicada à Semana Santa


O Papa Francisco realizou sua primeira Audiência Geral nesta quarta-feira, 27, na Praça São Pedro, no Vaticano, que estava repleta de fiéis. O Santo Padre dedicou sua Catequese à Semana Santa e explicou que, após a Páscoa, irá retomar as Catequeses sobre o Ano da Fé, como vinha fazendo seu predecessor.

“Mas que significa viver a Semana Santa para nós?”, questionou o Papa. “É acompanhar Jesus no seu caminho rumo à Cruz e à Ressurreição. Em sua missão terrena, ele falou a todos, sem distinção, aos grandes e aos humildes, trouxe o perdão de Deus e sua misericórdia, ofereceu esperança; consolou e curou. Foi presença de amor”.
O Pontífice explicou que na Semana Santa, “vivemos o vértice dessa caminhada de Jesus, que se entregou voluntariamente à morte para corresponder ao amor de Deus Pai, em perfeita união com sua vontade, para demonstrar o seu amor por nós”.
Em seguida, o Santo Padre indagou: “O que tudo isso tem a ver conosco?”, e explicou que esta caminhada é também “a minha, a tua, a nossa caminhada”.
“Viver a Semana Santa seguindo Jesus quer dizer aprender a sair de nós mesmos, ir ao encontro dos outros, ir às periferias da existência, encontrar sobretudo os mais distantes, os que mais necessitam de compreensão, de consolação, de ajuda. Viver a Semana Santa é entrar sempre mais na lógica de Deus, do Evangelho. Mas acompanhar Cristo exige sair de nós mesmos, deixar de lado um modo cansado e rotineiro de viver a fé. Deus saiu de Si mesmo para vir ao nosso encontro e também nós devemos fazer o mesmo”.
A falta de tempo não é desculpa, disse o Papa. “Não podemos nos contentar com uma oração, uma Missa dominical distraída e não constante, de algum gesto de caridade, e não ter a coragem de ‘sair’ para levar Cristo”.
Após a Catequese, como de costume, o Pontífice saudou os grupos presentes. Francisco não falou nas várias línguas, mas sim em italiano. A síntese da catequese e da saudação foi lida por um tradutor. Em português, foi feita pelo padre Bruno Lins:
“Queridos irmãos e irmãs, na Semana Santa, centro de todo o Ano Litúrgico, somos chamados a seguir Jesus pelo caminho do Calvário em direção à Cruz e Ressurreição. Este é também o nosso caminho. Ele entregou-se voluntariamente ao amor de Deus Pai, unido perfeitamente à sua vontade, para demonstrar o seu amor por nós: assim o vemos na Última Ceia, dando-nos o seu Corpo e o seu Sangue, para permanecer sempre conosco. Portanto, a lógica da Semana Santa é a lógica do amor e do dom de si mesmo, que exige deixar de lado as comodidades de uma fé cansada e rotineira para levar Cristo aos demais, abrindo as portas do nosso coração, da nossa vida, das nossas paróquias, movimentos, associações, levando a luz e a alegria da nossa fé. Viver a Semana Santa seguindo Jesus significa aprender a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos demais, até as periferias da existência. Há uma necessidade imensa de levar a presença viva de Jesus misericordioso e rico de amor. Queridos peregrinos de língua portuguesa, particularmente os grupos de jovens vindos de Portugal e do Brasil: sede bem-vindos! Desejo-vos uma Semana Santa abençoada, seguindo o Senhor com coragem e levando a quantos encontrardes o testemunho luminoso do seu amor. A todos dou a Bênção Apostólica!”
Por Canção Nova Notícias

sexta-feira, 29 de março de 2013

Querigma na vida dos jovens – Movido pela paixão pelo Reino de Deus

Querigma – a compreensão da pessoa de Jesus Cristo

O grande anúncio da pessoa de Jesus Cristo esteve sempre no centro do Evangelho. A este primeiro grito da evangelização chamamos de Querigma. Quem foi Jesus Cristo? Esta é a pergunta que ultrapassou os tempos e, ainda hoje, muitos se fazem ou quando o negam ou quando o aceitam.Bento XVI no valioso livro sobre a Infância de Jesus começa ilustrando em Mateus e Lucas a origem de Jesus, uma tarefa não muito fácil, mas bastante interessante.

No século IV, Santo Atanásio, bispo, em suas homilias, assim respondeu: “O Verbo, recebendo nossa natureza humana e oferendo-a em sacrifício, assumiu-a em sua totalidade, para nos revestir depois da sua natureza divina… Nosso Salvador fez-se verdadeiramente homem, alcançando assim a salvação do homem na sua totalidade. Nossa salvação não é absolutamente algo de fictício, nem limitado só ao corpo; mas realmente a salvação do homem todo, corpo e alma, foi realizado pelo Verbo de Deus”[3].
Fonte Bíblica
No principio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Ela existia, no principio, junto de Deus.Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo que existe. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer (Jo 1,1-4.14.16.18).
      É importante destacar que a Palavra “tornou-se em Cristo um homem”[4]. Não entendemos esta Palavra como um discurso, uma idéia, mas o encontro com a pessoa mesma de Jesus[5]. É Jesus que vem ao nosso encontro para estar conosco como amigo. Esta novidade perpassou os séculos e impactou milhares de vida e, ainda hoje, continua a ser inaudita. Aquilo que antes era uma promessa, uma voz que ecoava, com a encarnação ganhou um rosto e, por isso, podemos ver, ouvir, contemplar e tocar (1Jo 1,1ss) a Jesus de Nazaré[6].
Esta concretização da Palavra é fundamental no anúncio de Jesus porque não o imaginamos nem o criamos segundo nossos delírios, como negativamente afirmam alguns agnósticos, mas reforçados pelos testemunhos daqueles que estiveram com Ele, fundamentamos nossa fé dizendo:
Ele manifestou-Se, mostrou-Se, saiu da luz inacessível em que habita. Ele, em pessoa, veio para o meio de nós. Na Igreja antiga, esta era a grande alegria do Natal: Deus manifestou-Se. Já não é apenas uma idéia, nem algo que se há de intuir a partir das palavras. Ele «manifestou-Se». Mas agora perguntamo-nos: Como Se manifestou? Ele verdadeiramente quem é? A este respeito, diz a leitura da Missa da Aurora: «Manifestaram-se a bondade de Deus (…) e o seu amor pelos homens» (Tt 3, 4). Para os homens do tempo pré-cristão – que, vendo os horrores e as contradições do mundo, temiam que o próprio Deus não fosse totalmente bom, mas pudesse, sem dúvida, ser também cruel e arbitrário –, esta era uma verdadeira «epifania», a grande luz que se nos manifestou: Deus é pura bondade. Ainda hoje há pessoas que, não conseguindo reconhecer a Deus na fé, se interrogam se a Força última que segura e sustenta o mundo seja verdadeiramente boa, ou então se o mal não seja tão poderoso e primordial como o bem e a beleza que, por breves instantes luminosos, se nos deparam no nosso cosmos[7].
Como Ele se manifestou? Jesus de Nazaré oriundo da Galileia, filho de Maria e, juridicamente de José, porque nasceu pela ação do Espírito Santo, portanto gerado, não criado, fala do Reino do Pai; “ele se apresenta com sua vida, com sua palavra e com os sinais de toda a sua prática como o evangelizador e o servo do Reino de Deus, convidando à conversão e ao seguimento[8].
É muito sugestivo que na parábola da Videira (Jo 15,1-8), Jesus diga que nós somos os ramos e ele é a videira. Há, portanto, um vínculo muito forte de amizade com ele que nos faz participantes da vida do Ressuscitado, gerando assim uma nova família que compartilha com ele a missão recebida. Assim, diante da Palavra humanizada, nos tornamos discípulos missionários[9].
Considerações teológicas  pastorais
     Quem é Jesus Cristo? Esta pergunta é muito importante, sobretudo quando a fazemos a partir da práxis sacramental.O batismo, que é sacramento, exatamente porque se trata de um SINAL SAGRADO que faz memória de Jesus Cristo profeta, sacerdote e rei, significa que uma pessoa ao ser batizada entra a fazer parte desta comunidade que atualiza hoje a pessoa de Jesus Cristo e, é, também, profeta, sacerdote e rei. 
Na vida de Jesus Cristo colhemos duas atitudes fundamentais: a gratuidade e o amor ao próximo. Jesus não pediu nada em troca de um gesto. Ele curou, perdoou os pecados, multiplicou o pão e o peixe, acalmou os ventos e o mar agitado, ressuscitou seu amigo Lázaro, a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim, acolheu a pecadora arrependida, não apedrejou a adúltera, não condenou o ladrão arrependido. Simplesmente Jesus manifestou em seus gestos e palavras que a gratidão é fruto do reconhecimento da justiça do Pai e da sua gratuidade, pois, Deus Pai nos dá tudo gratuitamente, começando pelo dom da vida. 
Mais ainda. Jesus foi humano ao sentir fome e sede, alegrias e tristezas, amor e compaixão verso o próximo. Ninguém passou por ele sem receber uma resposta para suas angústias e pedidos. Ao chefe da guarda que tinha um soldado doente e quase à beira da morte que pediu que Jesus o ajudasse, mesmo não entrando na sua casa, ele se comoveu e curou de longe aquele servo. Jesus foi movido pela compaixão, quer dizer, ele sentia a mesma dor da pessoa que pedia, que não enxergava, que não tinha comida, que era excluído. Jesus foi todo voltado para o outro. O cristão, que entra na família de Jesus a partir do Batismo, é pedido exatamente essas duas atitudes. 
Ele mesmo, Jesus, foi até o Jordão para receber o batismo de João Batista ((Mc 1,9). Entrou assim no movimento de João que exigia “um novo modo de pensar e de agir, ligado sobretudo ao anúncio do Juízo de Deus e à proclamação de alguém maior que que há de vir depois de João”[10]. Este movimento Joanico, no qual Jesus se inseriu, atraia multidões (Mc 1,5), porque simbolizava o sentido de justiça de Deus que no seu tempo devido iria restaurar todas as coisas. Será, exatamente no Mistério pascal, que toda esta nova realidade iniciada no batismo no Jordão, nos ajudará a compreender o Mistério de Jesus Cristo, o missionário do Pai que assume sobre si o jugo daqueles que sofrem e, na compaixão, ele se unirá plenamente a restauração de tudo e de todos. Ao mergulhar nas águas do Jordão, Jesus vai à “habitação do mal, luta com o forte que mantém os homens cativos”[11]. 
O querigma é assim a “força vivificadora de Deus que nos é oferecido em Cristo morto e ressuscitado. Isso é o que primeiro necessitamos anunciar e também escutar, porque a graça tem primado absoluto na vida cristã e em toda a atividade evangelizadora da Igreja”[12]. Assim sendo, o cristão, participa da missão profética, sacerdotal e real de Jesus. Sacerdotal porque se une a Cruz do Senhor no sacrifício eucarístico, na oferta de si e de todas as suas atividades (Rm 12.1-2). Participa do profetismo de Cristo na medida em que testemunha com a vida a Palavra de Deus que salva e não tem medo de denunciar o mal. Como realidade real o cristão é um combatente espiritual para vencer o pecado (Rm 6,12), mediante o dom de si e a prática da justiça. 
Conseqüentemente, Jesus Cristo, nos comunica a vida e o serviço pela vida. Não é possível seguir Jesus sem estar comprometido com a vida: 
Quando dignifica a samaritana (Jo 4,7-26), quando cura os enfermos (Mt 11,2-6), quando alimenta o povo faminto (Mc 6,30-44), quando liberta os endemoniados (Mc 5, 1-20). Em seu Reino de vida, Jesus inclui a todos: come e bebe com os pecadores (Mc 2,16), sem se importar que o tratem como comilão e bêbado (Mt11,19);toca com as mãos os leprosos (Lc 5,13), deixa que uma prostituta lhe unja os pés (Lc7,36-50) e, de noite, recebe Nicodemos para convidá-lo a nascer de novo(J0 3,1-15),o amor pelos inimigos(Mt5,44) e a opção pelos mais pobres (Lc 14,15-24)[13].
 Pistas para reflexão 
  1. Compreender Jesus Cristo é fundamental para a missão evangelizadora: quem é Jesus Cristo para você?
  2. Jesus assumiu a causa do mais necessitado: como você concretiza na sua vida o profetismo, o sacerdócio e a capacidade de liderar pessoas?
  3. Jesus é a Palavra humanizada: como você experimenta a espiritualidade: negando a felicidade ou integrando nas escolhas de cada dia a compaixão que movia Jesus?
Autoria: P. Antonio Ramos do Prado,sdb (P. Toninho) - Assessor da CEPJ
Fonte: Jovens Conectados 


[1]CASTILLO, José M., Espiritualidade para insatisfeitos, São Paulo: Paulus, 2012, p. 109.
[2]CELAM, V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, Documento de Aparecida, texto oficial, Brasília: CNBB, 2007, n. 382
Obs: Esse subsídio é feito a partir carta da Estréia do ano de 2013 para a família salesiana escrita pelo Superior Geral dos Salesianos de Dom Bosco.
[3] Das cartas de Santo Atanásio, bispo, Epist. Ad Epictetum, 5-9: PG 26, 1058, 1062-1066, In Liturgia das Horas I, p. 435.
[4]BENTO XVI, Exortação Apostólica pós-sinodal Verbum Domini, sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, São Paulo: Paulinas, 1ª ed.,2010, n. 11.
[5]BENTO XVI, Carta Encíclica Deus Caritas Est (25/12/2005), 1: AAS 98 (2006), 217-218.
[6]BENTO XVI, Exortação Apostólica pós-sinodal Verbum Domini, n. 12
[7] Homilia de Bento XVI, (24/12/2011,  solenidade do natal do Senhor.
[8]PERESON, Mario I., Seguir a Jesucristo tras las huellas de Don Bosco, Bogotá: Kimpres Ltda,2006, p. 119.
[9]CELAM, V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, Documento de Aparecida, n. 132-135.
[10]BENTO XVI, Jesus de Nazaré, 1ª parte, do batismo no Jordão à transfiguração, São Paulo: Planeta do Brasil, 2007, p. 31.
[11]Ibid., p. 35
[12]CELAM, V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, n. 348
[13]Ibid., n. 353

quinta-feira, 28 de março de 2013

Francisco na Missa do Crisma: “Ser pastor é sentir o cheiro das ovelhas”



Cidade do Vaticano  – O Papa Francisco celebrou na manhã desta Quinta-feira Santa, que abre o Tríduo Pascal, a Missa do Crisma na Basílica Vaticana.

Em sua homilia, falou da simbologia dos ungidos, seja na forma, seja no conteúdo. A beleza de tudo o que é litúrgico, explicou, não se reduz ao adorno e bom gosto dos paramentos, mas é presença da glória do nosso Deus que resplandece no seu povo vivo e consolado. 

“O óleo precioso, que unge a cabeça de Aarão, não se limita a perfumá-lo, mas se espalha e atinge «as periferias». O Senhor dirá claramente que a sua unção é para os pobres, os presos, os doentes e quantos estão tristes e abandonados. A unção não é para perfumar a nós mesmos, e menos ainda para que a conservemos num frasco, pois o óleo tornar-se-ia rançoso... e o coração amargo.”

Para Francisco, o bom sacerdote reconhece-se pelo modo como é ungido o seu povo: “Nota-se quando o povo é ungido com óleo da alegria; por exemplo, quando sai da Missa com o rosto de quem recebeu uma boa notícia. O nosso povo gosta do Evangelho quando é pregado com unção, quando o Evangelho que pregamos chega ao seu dia a dia, quando escorre como o óleo de Aarão até às bordas da realidade, quando ilumina as situações extremas, «as periferias» onde o povo fiel está mais exposto à invasão daqueles que querem saquear a sua fé”. 

Ser sacerdote é estar nesta relação com Deus e com o seu povo, pois assim a graça passa através dele para ser mediador entre Deus e os homens. Esta graça, todavia, precisa ser reavivada, para intuir o desejo do povo de ser ungido e experimentar o seu poder e a sua eficácia redentora: “Nas «periferias» onde não falta sofrimento, há sangue derramado, há cegueira que quer ver, há prisioneiros de tantos patrões maus”. 

Não é nas reiteradas introspecções que encontramos o Senhor, adverte o Pontífice, nem mesmo nos cursos de autoajuda. O poder da graça cresce na medida em que, com fé, saímos para nos dar a nós mesmos oferecendo o Evangelho aos outros, para dar a pouca unção que temos àqueles que nada têm.

“O sacerdote que sai pouco de si mesmo, que unge pouco, perde o melhor do nosso povo, aquilo que é capaz de ativar a parte mais profunda do seu coração presbiteral. Quem não sai de si mesmo, em vez de ser mediador, torna-se pouco a pouco um intermediário, um gestor. Daqui deriva precisamente a insatisfação de alguns, em vez de serem pastores com o «cheiro das ovelhas», pastores no meio do seu rebanho, e pescadores de homens.” 

Para enfrentar a crise de identidade sacerdotal, que se soma à crise de civilização, Papa Francisco convida a lançar as redes em nome Daquele em que depositamos a nossa confiança: Jesus. 

E conclui: “Amados fiéis, permanecei unidos aos vossos sacerdotes com o afeto e a oração, para que sejam sempre Pastores segundo o coração de Deus. Amados sacerdotes, Deus Pai renove em nós o Espírito de Santidade com que fomos ungidos, o renove no nosso coração de tal modo que a unção chegue a todos, mesmo nas «periferias» onde o nosso povo fiel mais a aguarda e aprecia”.

Fonte: Rádio Vaticano

terça-feira, 26 de março de 2013

Uma Jornada com o espírito missionário do Documento de Aparecida


Nesta semana, repercutiu por todo o país a notícia que o Papa Francisco pode visitar a cidade de Aparecida após a Jornada Mundial da Juventude. Nessas terras, ele já esteve no ano de 2007, quando participou, com cardeais do mundo inteiro, da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho e coordenou a equipe de redação do Documento de Aparecida, o documento que seria um marco na história da Igreja no caminho do discipulado e da missão.
O Documento de Aparecida destaca que “a Igreja está chamada a repensar profundamente e relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais”. Então, segundo o documento, “trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada na nossa história, desde um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que suscite discípulos e missionários” (cf. Introdução 11., página 37). Em seu discurso inaugural da V Conferência, o então Papa Bento XVI lembrou que “o continente latino-americano é chamado a ser discípulo e missionário de Jesus Cristo, o que envolve seguir-Lo, viver em intimidade com Ele, imitar Seu exemplo e dar testemunho” (cf. DISCURSO INAUGURAL DE SU SANTIDAD BENEDICTO XVI, 3., página 11).
“Todo batizado, como os Apóstolos, recebe de Cristo o mandamento da missão: 'Ide por todo mundo e proclamai a Boa Nova a toda a criação. O que crê e é batizado, salvar-se-á' (Mc 16, 15). Pois, ser discípulos e missionários de Jesus Cristo e buscar a vida 'n'Ele' supões estar profundamente enraizados n'Ele”, disse Bento XVI.
Agora, a Jornada Mundial da Juventude, que tem o tema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (cf. Mt 28, 19) é uma oportunidade para os jovens colocarem em prática os ensinamento do Documento de Aparecida. De acordo com o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio e vice-presidente do Comitê Organizador Local da JMJ, Dom Paulo Cezar Costa, a JMJ Rio2013 será uma continuidade entre o que Bento XVI propôs e o que Papa Francisco propõe. “Bento XVI apontou para a juventude do Brasil, da América Latina e do mundo o caminho de Aparecida, o caminho do discipulado e do testemunho de Jesus Cristo. Como a Jornada é na América Latina e o Documento de Aparecida aponta nesta direção, ele propôs também o tema da missão para a JMJ. O Papa Francisco é alguém que conhece profundamente o documento, pois esteve no germe dele. E é agora o Papa que vai estar presente na Jornada Mundial da Juventude. Ele vai instigar os jovens a assumirem verdadeiramente o caminho do discipulado e da missão e vai enviar os jovens para o mundo inteiro para serem testemunhas de Jesus Cristo”, frisou.
Fonte: rio2013.com

segunda-feira, 25 de março de 2013

Semana Santa é tempo propício para refletir e reconciliar-se com Deus


Estamos na Semana Santa,  e em momento de reflexão. Por isso, se confessar é muito importante e essencial para a vida espiritual. O cristão, pelo menos uma vez ao ano deve se confessar em preparação para a Semana Santa e é nesta época pascal que os que ainda não o fizeram, devem aproveitar para receber o sacramento.
A confissão é dividida em três pontos principais: exame de consciência, arrependimento e penitência. O exame de consciência é quando paramos para pensar nos nossos pecados, nossos erros, onde podemos melhorar como cristãos. Para um bom exame de consciência podemos utilizar os dez mandamentos como base.
Em seguida, vem o arrependimento, que é o que faz a confissão ser verdadeira de coração. Depois de uma longa reflexão, você sente a vontade de ser melhor e seguir a vida em Cristo, se arrependendo e tendo a oportunidade de viver de acordo com o que Jesus ensinou.
Após refletir e se arrepender, você estará pronto para se confessar. A confissão leva-nos a cumprir uma penitência dada pelo sacerdote. Sejam orações ou ações, estas são parte do ato de confessar, é a finalização para a mudança, quando se recebe o perdão e absolvição dos pecados por Deus e pela Igreja.
A confissão nos dá a paz espiritual de receber a comunhão e o Corpo de Cristo, de elevar nossas preces em estado de graça ao Pai. Se confessar é se reconciliar com Deus, é admitir os erros, é ser humilde e querer ser bom.
“A passagem, a morte e ressurreição de Jesus Cristo, no nosso caso, é a passagem do homem velho para o homem novo. Por meio da confissão deixamos a vida velha e passamos a viver uma vida nova. Regenerando-se, reestabelecendo aquilo que foi perdido por causa do pecado. A confissão é sair do sepulcro para uma vida nova”, explica padre Arnaldo Rodrigues, diretor da Preparação Pastoral da JMJ.
De acordo com o padre, a confissão não é apenas um paliativo, não é apenas um remédio, devemos nos prevenir do pecado nos confessando com frequência. “A confissão nos ajuda a manter um ritmo de vida, o cristão também tem que ter esse ritmo ordinário, de disciplina na sua vida para estar bem. Ritmo de unidade com o Senhor e com a Igreja. Os vínculos que nos faz cada dia mais santo são por meio dos sacramentos, tanto da eucaristia como da confissão”, conclui.
Fonte: rio2013.com

domingo, 24 de março de 2013

Papa Francisco exorta fiéis a permanecerem na alegria e marca encontro com os jovens no Rio de Janeiro



Cidade do Vaticano - Uma multidão de fiéis e peregrinos participou esta manhã, na Praça São Pedro, no Vaticano, da celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor – que dá início à Semana Santa. A missa, presidida pelo Santo Padre, foi precedida pelo rito da Procissão de Ramos, que recorda a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém.

Na homilia, o Papa Francisco recordou que "Jesus entra em Jerusalém", e logo em seguida explicou que "entra como rei, mas segundo a ótica de Deus e não dos homens: "o seu trono real é o madeiro da Cruz", frisou o Santo Padre, acrescentando: "este é Jesus".

"A multidão aclama-O como Rei. E Ele não se opõe, não a manda calar. Mas, que tipo de Rei seria Jesus? Vejamo-Lo…

"Monta um jumentinho, não tem uma corte como séquito, nem está rodeado de um exército como símbolo de força. Quem O acolhe são pessoas humildes, simples. Jesus não entra na Cidade Santa, para receber as honras reservadas aos reis terrenos, a quem tem poder, a quem domina; entra para ser flagelado, insultado e ultrajado, como preanuncia Isaías na Primeira Leitura (cf. Is 50, 6); entra para receber uma coroa de espinhos, uma cana, um manto de púrpura (a sua realeza será objeto de ludíbrio); entra para subir ao Calvário carregado com um madeiro. E aqui temos a segunda palavra: Cruz. Jesus entra em Jerusalém para morrer na Cruz. E é precisamente aqui que refulge o seu ser Rei segundo Deus: o seu trono real é o madeiro da Cruz!"

O Papa explicou: "Diante de Pilatos, Jesus diz: Eu sou Rei; mas a sua força é a força de Deus, que enfrenta o mal do mundo, o pecado que desfigura o rosto do homem. Jesus toma sobre Si o mal, a sujeira, o pecado do mundo, incluindo o nosso pecado, e lava-o; lava-o com o seu sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus."

Como é de seu estilo, o Papa Francisco fez florescer da liturgia três palavras-chave. A primeira diz respeito ao clima pleno "de luz, de alegria, de festa" que circunda Jesus quando chega à Cidade Santa, a alegria:

"Jamais sejam homens e mulheres tristes: um cristão jamais pode sê-lo! Jamais se deixem desencorajar! A nossa alegria não nasce do possuir muitas coisas, mas do ter encontrado uma Pessoa: Jesus, que está no meio de nós; nasce do saber que com ele jamais estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis (...) E são tantos. E neste momento vem o inimigo, vem o diabo, disfarçado de anjo muitas vezes e insidiosamente nos diz a sua palavra. Não lhe deem ouvidos! Sigamos Jesus!"

Em seguida, o Santo Padre fez mais uma exortação, como o fez outras vezes durante a homilia. Deixando o texto por um momento, escrutando a multidão acrescentou:

"E por favor, não deixem roubar a esperança de vocês! Não deixem roubar a esperança! Aquela esperança que Jesus nos dá."

A este ponto, o Papa inseriu uma segunda palavra, "Cruz", após ter mostrado o paradoxo de Jesus, um rei cujo trono, disse, é uma Cruz de madeira.

"Foi com a cruz que venceu o mal." A esse propósito, acrescentou:

"Penso naquilo que Bento XVI dizia aos cardeais, "Os senhores são príncipes, mas de um Rei crucificado. Este é o trono de Jesus".

Olhemos ao nosso redor: tantas feridas infligidas pelo mal à humanidade.

"Queridos amigos, todos nós podemos vencer o mal que existe em nós e no mundo: com Cristo, com o Bem! Sentimo-nos fracos, inaptos, incapazes? Mas Deus não procura meios poderosos: foi com a cruz que venceu o mal! Não devemos crer naquilo que o Maligno nos diz: não podes fazer nada contra a violência, a corrupção, a injustiça, contra os teus pecados! Não devemos jamais habituar-nos ao mal! Com Cristo, podemos transformar-nos a nós mesmos e ao mundo. Devemos levar a vitória da Cruz de Cristo a todos e por toda a parte; levar este amor grande de Deus. Isto requer de todos nós que não tenhamos medo de sair de nós mesmos, de ir ao encontro dos outros."

E daquele trono desce o sangue que lava, com a misericórdia, os males do mundo:

"Guerras, violências, conflitos econômicos que atingem quem é mais fraco, avidez de dinheiro, de poder, corrupção, divisões, crimes contra a vida humana e contra a criação! E os nossos pecados pessoais: as faltas de amor e respeito para com Deus, com o próximo e com a criação inteira. Na cruz, Jesus sente todo o peso do mal e, com a força do amor de Deus, vence-o, derrota-o na sua ressurreição."

A terceira palavra é "jovem". Vi muitos jovens durante a procissão, afirmou o Papa Francisco, recordando que o Domingo de Ramos há 28 anos é sinônimo de Jornada da Juventude. A JMJ é uma festa por excelência e vocês, caros jovens, "têm uma parte importante na festa da fé".

"Vós trazeis-nos a alegria da fé e dizeis-nos que devemos viver a fé com um coração jovem, sempre… mesmo aos setenta, oitenta anos! Com Cristo, o coração nunca envelhece."

O pensamento do Pontífice dirigiu-se à JMJ do Rio de Janeiro, etapa que será vivida – anunciou – nas pegadas de João Paulo II e de Bento XVI:

"Encontremo-nos naquela grande cidade do Brasil! Preparai-vos bem, sobretudo espiritualmente, nas vossas comunidades, para que o referido Encontro seja um sinal de fé para o mundo inteiro. Vivamos a alegria de caminhar com Jesus, de estar com Ele, levando a sua Cruz, com amor, com um espírito sempre jovem! Peçamos a intercessão da Virgem Maria. Que Ela nos ensine a alegria do encontro com Cristo, o amor com que O devemos contemplar ao pé da cruz, o entusiasmo do coração jovem com que O devemos seguir nesta Semana Santa e por toda a nossa vida." 


Fonte: Rádio Vaticano

sábado, 23 de março de 2013

O encontro histórico entre Papa Francisco e Bento XVI: "Somos irmãos"


Doispapas
O Papa Francisco encontrou-se neste sábado, 23, pela primeira vez com seu predecessor, o Papa emérito, Bento XVI, em Castel Gandolfo, nas proximidades de Roma. Ao meio-dia Francisco se dirigiu de helicóptero à pequena cidade para o encontro com o Papa emérito onde almoçaram juntos num fato sem precedentes na história da Igreja.
Após um voo de 20 minutos o Papa Francisco aterrissou no heliporto das Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo, acolhido pelo Papa emérito Bento XVI. Presentes também o Bispo de Albano, Dom Marcello Semeraro e Saverio Petrillo, Diretor das Vilas Pontifícias e Dom Georg Gänswein. Papa Francisco e Bento XVI utilizaram o mesmo automóvel para chegar até a Residência Pontifícia.
Segundo o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, o helicóptero papal aterrissou às 12h15, hora de Roma. O Santo Padre estava acompanhado pelo Substituto da Secretaria de Estado, Dom Becciu, por Mons. Sapienza e por Mons. Alfred Xuereb.
Apenas o Papa tocou terra, Bento XVI se aproximou dele e houve um abraço belíssimo entre os dois, disse Pe. Lombardi. Na Residência Apostólica os dois protagonistas deste histórico encontro foram até o apartamento e imediatamente à capela para um momento de oração.
Na capela, o Papa emérito ofereceu o lugar de honra a Papa Francisco, mas esse disse: “Somos irmãos”, e pediu que se ajoelhassem juntos no mesmo banco, contou Pe. Lombardi. Após um breve momento de oração, se dirigiram para a Biblioteca privada, e por volta das 12h30, teve início o encontro reservado que durou cerca de 45 minutos.
Padre Lombardi destacou ainda que o Papa emérito estava vestindo uma simples batina branca, sem faixa e sem capa; ao invés Papa Francisco usou uma batina branca com faixa e capa.
Presentes ainda no almoço os dois secretários, portanto, Dom Georg e Mons. Xuereb.
Padre Lombardi referiu também que Papa Francisco presenteou Bento XVI com um ícone de Nossa Senhora da Humildade. O Santo Padre explicou a Bento XVI que “esta Nossa Senhora é a da Humildade, e eu pensei no senhor e quis dar-lhe um presente pelos muitos exemplos de humildade que nos deu durante o seu Pontificado”, destacou Papa Francisco.
Desde o dia 28 de fevereiro, Bento XVI reside neste local, onde acompanhou a eleição do Cardeal Bergoglio como Sumo Pontífice, e aguarda o fim das reformas no mosteiro Mater Ecclesiae dentro do Vaticano.
Papa Francisco, nos seus discursos, tem manifestado palavras de afeto a Bento XVI, chamando-o, seguidamente de “meu Predecessor, o querido e venerado Papa Bento XVI”. 
Já na sua primeira aparição no balcão central da Basílica de São Pedro disse “Rezemos pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e a Virgem Maria o proteja”.
Após o almoço Papa Francisco retornou ao Vaticano.
Fonte: Rádio Vaticano

quinta-feira, 21 de março de 2013

CNBB apresenta a Cidade da Fé

Evento que será realizado de 20 a 26 de julho nasce para dar suporte aos peregrinos e à Igreja do Brasil durante a JMJ Rio 2013

Imagine um local que reúna toda a diversidade católica e ainda sirva de apoio aos peregrinos e religiosos (as) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro. É sob esse contexto de entretenimento e centro de apoio que a CNBB, em parceria com a Promocat Marketing Integrado – empresa responsável pela promoção e organização do evento – criou a “Cidade da Fé”, evento que acontecerá em conjunto com a Jornada, no Centro de exposições Riocentro, localizado na Barra da Tijuca.
Cidade da Fé é o nome dado ao local que reunirá eventos como a tradicional Feira de artigos religiosos ExpoCatólica – Feira Internacional de Livros e Artigos Religiosos; o FÉSTIVAL, – Festival Internacional de Turismo Religioso – setor que conta com o apoio dos Estados brasileiros e do Ministério do Turismo; a Expo Vocacional, área da ExpoCatólica destinada às Congregações religiosas, e, o Bote Fé Brasil, última edição do evento que marcou a peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora pelas dioceses do Brasil.
Segundo Dom Leonardo Ulrich Steiner, Secretário Geral da CNBB, “os eventos regionais do Bote Fé e a Campanha da Fraternidade de 2013 sobre a Juventude, estão contribuindo ativamente para a promoção e divulgação da JMJ Rio 2013, além de despertar nos jovens a importância de sua participação na vida da Igreja. Concluir essa caminhada de quase dois anos com um evento de abrangência internacional foi uma forma encontrada para agradecer a acolhida e o envolvimento de toda a Igreja do Brasil nesse projeto, que deixará frutos em todas as comunidades”.
O evento ocupará mais de 70 mil metros quadrados do Riocentro, começando dentro da programação oficial da Semana Missionária e se estendendo para os dias da própria Jornada. “Serão sete dias de muitas atrações como shows e entretenimento, exposições culturais, fóruns, congressos, tudo preparado especialmente para receber as centenas de milhares de pessoas de mais de 190 países que estarão no Rio de Janeiro para a JMJ Rio 2013″ – relata Fábio Castro, Coordenador operacional da Cidade da Fé e Diretor Geral da Promocat Marketing.
Segundo padre Valdeir dos Santos Goulart, Coordenador Geral do evento e Assessor da CNBB, a Cidade da Fé foi aprovada pelos organizadores da Jornada: “Quando tivemos a ideia da realização deste evento, logo apresentamos ao COL (Comitê Organizador Local da JMJ Rio 2013) que solicitou autorização ao Pontifício Conselho para os Leigos (PCL). Com a devida autorização, passamos a construir o projeto em parceria com a Promocat, aproveitando toda estrutura oferecida pelo Riocentro” – disse padre Valdeir. “Uma estrutura tão grande, que servirá como Centro de Apoio para a Igreja do Brasil, onde as dioceses e congregações além das Embaixadas e Consulados poderão acolher e dar suporte a seus peregrinos. Um verdadeiro ponto de encontro para atender a Igreja” – completou.
No local as paróquias, congregações, grupos, movimentos e dioceses terão uma estrutura apropriada para reunir seus membros durante a Jornada, com várias ações e áreas de apoio como postos de saúde e acesso a internet, por exemplo. Em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, linhas de ônibus especiais ligarão os principais pontos de hospedagem e turísticos da Cidade até o Riocentro, além de ônibus exclusivos para transportar os milhares de padres, bispos e religiosos (as) que estarão na cidade. O projeto conta também com o apoio dos Governos Estadual, Municipal e Federal, além da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Além das atrações de responsabilidade da CNBB, outros eventos oficiais da JMJ Rio 2013 também acontecerão na Cidade da Fé. “A partir do dia 23 de julho as áreas do Riocentro estarão exclusivamente voltadas para atender as necessidades da Jornada, não promovendo concorrência com os eventos dos Atos Centrais” – disse Pe. Carlos Sávio, coordenador pastoral da Cidade da Fé e membro da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB.

Fonte: rio2013.com

quarta-feira, 20 de março de 2013

Em encontro com Dilma Rousseff, Papa fala da participação na JMJ e do desejo de ir à Aparecida


Em audiência particular com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o Papa Francisco confirmou novamente sua participação na JMJ Rio2013. O encontro, que durou cerca de meia hora, foi realizado na manhã desta quarta-feira, 20 de março. Na ocasião, o Sumo Pontífice contou a presidente que espera um grande número de jovens no encontro de julho no Rio de Janeiro. Como resposta, Dilma reforçou a acolhida que os peregrinos terão na cidade. “A Jornada vai atrair para o Brasil milhares de jovens católicos, que serão muito bem recebidos, como a gente sempre faz”, disse.
Papa Francisco também presenteou Dilma com o documento síntese da Conferência Episcopal Latino-Americana de Aparecida em 2007. “Ele me disse assim: você não lê tudo, porque você pode se aborrecer, então, você pegue o índice e pegue os assuntos que te interessarem e vai lendo aos poucos”, contou a presidente.
O Papa também se mostrou solidários as vitimas da tragédia de Santa Maria, Rio Grande do Sul, quando mais de 200 jovens foram vítimas de um incêndio em uma boate. “Ele também me deu um conselho e me disse: eu fiquei muito comovido com a questão que ocorreu em Santa Maria e acho que a gente tem na vida que demonstrar força e ternura e, em Santa Maria, o Brasil demonstrou força e ternura”, concluiu a presidente brasileira. A tragédia gaúcha aconteceu em janeiro deste ano.
Após a audiência, a presidente Dilma Rousseff afirmou também aos jornalistas o desejo do Sumo Pontífice em visitar o Santuário de Aparecida após sua presença na Jornada. Porém, o porta-voz do Vaticano, padre Frederico Lombardi, indicou a um jornal brasileiro que ainda não há anúncio oficial da passagem do Papa pela cidade da padroeira do Brasil.
“Não tenho nenhum detalhe a confirmar”, disse. “A presidente está livre para dizer o que quiser. Mas de nossa parte não há nada ainda a ser anunciado”, afirmou. Lombardi reconheceu que a viagem ao Brasil deve de fato ocorrer. “Mas os planos ainda não estão feitos”, disse.
O cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida, manifestou sua alegria pela notícia da possível vinda do Papa também na Casa da Mãe Aparecida, em entrevista ao programa da Rádio Vaticano, em Roma. O Papa Francisco já visitou o Santuário Nacional em 2007, na ocasião da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano.
Fonte: rio2013.com

terça-feira, 19 de março de 2013

Homilia do Papa Francisco na missa de abertura de seu pontificado


Meditando as virtude de São José, patrono da Igreja, o Papa Francisco convocou a todos os fiéis e autoridades presentes na celebração eucarística de abertura de seu pontificado a serem guardiões de toda a criação.
“São José se dedicou com empenho jubiloso a educação de Jesus Cristo, a missão de guardar Jesus e Maria, e essa missão também se estende a toda Igreja. (...) Guardemos Cristo na nossa vida para guardar os outros, para guardar a criação”, disse. 
A solenidade de São José marca o início do ministério petrino do Papa Francisco. A celebração eucarística, realizada na Praça de São Pedro na manhã desta terça feira, tem com a participação de inúmeras autoridades políticas e religiosas, entre elas a presidente do Brasil, Dilma Rousseff e o arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do COL da JMJ, Dom Orani João Tempesta. 
“Queria pedir, por favor, a todos os que ocupam cargos de responsabilidade no âmbito econômico, politico, sejamos guardiões da criação. Mas para guardar também devemos cuidar de nós mesmo. (...)Cuidar, guardar requer bondade”. 
No início da celebração o Sumo Pontífice recebeu o pálio e o Anel do Pescador, símbolos do ministério que exerce na Igreja. Leia abaixo a íntegra da homilia do Santo Padre.

Queridos irmãos e irmãs!

Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.

Saúdo, com afeto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.

Ouvimos ler, no Evangelho, que «José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa» (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: «São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo» (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1).

Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egito e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.

Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projecto d’Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é «guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. 

Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação! Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem «Herodes» que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher. 

Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.

A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!

Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.

Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amém.


Tradução: Radio Vaticano

segunda-feira, 18 de março de 2013

Francisco: "Quero uma Igreja pobre e para os pobres"


Milhares de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas fizeram fila e passaram por um controle rigoroso para entrar na Sala Paulo VI e participar da primeira audiência com o Papa Francisco na Sala Paulo VI. Muitos levaram também suas famílias.

Papa Francisco foi ovacionado pelo público. Sentou-se em sua cadeira no centro do palco e ouviu a saudação do Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, o Arcebispo Claudio Maria Celli. 

Em seguida, leu um breve discurso, agradecendo todos pelo precioso serviço realizado nos dias passados, na cobertura do Conclave e em sua eleição.

Vocês trabalharam!” – exclamou, recebendo um imediato aplauso. Disse ainda que a Igreja e a mídia estão juntas para comunicar a verdade, a bondade e a beleza: “Todos nós somos chamados a comunicar esta tríade, essencial”. 

Papa Francisco quis explicar porque “o Bispo de Roma quis se chamar Francisco”. E contou, de modo informal, que a seu lado, no Conclave, estava sentado o arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, “um grande amigo, grande amigo”. 

Quando a coisa ficou “mais perigosa” – prosseguiu – ele me confortava, e quando os votos chegaram a dois terços, momento em que há o aplauso habitual porque o Papa é eleito – ele me abraçou, me beijou e disse “não se esqueça dos pobres”. 

Aquela palavra entrou aqui – disse, indicando a cabeça – ‘os pobres, os pobres’. Aí, pensei em Francisco de Assis e depois, nas guerras. E Francisco é o homem da paz, o homem que ama e tutela a Criação... neste momento em que nosso relacionamento com o meio-ambiente não é tão bom, né?”.

Francisco é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre... “Ah, como gostaria de uma Igreja pobre e pelos pobres!”. 

Depois de saudar pessoalmente alguns jornalistas, o Papa Francisco concluiu, em espanhol:

Disse que lhes daria a minha benção de coração. Muitos de vocês não pertencem à Igreja Católica, outros não crêem. Concedo minha benção, de coração, no silêncio, a cada um de vocês, respeitando a consciência de todos, mas sabendo que cada um de vocês é filho de Deus. Que Deus os abençoe”. 


Fonte e imagem Radio Vaticano