quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

“Façam do Rio um Cafarnaum, lugar onde Cristo vive”



O Rio de Janeiro está sendo visitado pelos delegados da Arquidiocese de Madri. Enquanto preparam a chegada dos peregrinos da Espanha para a Jornada Mundial da Juventude, em julho deste ano, os sacerdotes Gregorio Roldán e Francisco Castro encontraram tempo para falar sobre os preparativos dos espanhóis para a JMJ Rio2013 e para compartilhar suas experiências da organização da JMJ Madri 2011.
JMJ – Os espanhóis estão animados para vir ao Rio de Janeiro?
Gregorio Roldán – Muitas pessoas querem vir, mas existe um problema logístico, que são os vôos internacionais, por isso não todos podem vir. Com o Cardeal Arcebispo de Madri, monsenhor Antonio María Rouco Varela, vem o grupo de 600 jovens, mas de Madri se calcula em total cerca de 2.000 jovens, se não mais. Quando falamos sobre a Espanha em geral, há um grupo organizado da Conferência Episcopal Espanhola e depois as dioceses espanholas e movimentos também terão sua própria organização. 
JMJ – Como estão os preparativos?
Gregorio Roldán – Estamos preparando os jovens através dos encontros informativos. A preparação espiritual e catequética primeiro corresponde ao padre, quem vai acompanhar ao grupo dos jovens. A preparação espiritual à distância corresponde a Delegação Episcopal das Crianças e Jovens. Mas o que também é importante é toda a logística, para permitir que os jovens rezem e partilhem. Se a logística não está bem preparada, a experiência espiritual pode ser um desastre.
JMJ: Durante a Jornada Mundial da Juventude Vocês foram responsáveis, entre outras funções, pela hospedagem. Foi difícil convencer os cidadãos do Madri a acolher os peregrinos?
Gregorio Roldán – Nós tivemos algumas dificuldades menores, mas tudo foi resolvido muito bem. Todos os peregrinos foram recebidos bem, fosse nas paróquias ou escolas, no chão ou nas casas de famílias em todo Arquidiocese de Madri. Não havia nenhum problemas de alojamento.
JMJ: Quantas pessoas foram hospedadas em casas das famílias?
Gregorio Roldán – Foram 481.623 peregrinos que procuraram alojamento e foram acolhidos.
JMJ– As famílias não tiveram dúvidas ou medos para hospedar os peregrinos?
Gregorio Roldán – Aquelas que acolheram - não (riso). As perguntas das famílias foram: "Se eu receber um peregrino na minha família, o que eu tenho que oferecer? O que eu tenho que fazer? ". E as respostas foram: algo para comer, algo para beber, que possa lavar suas roupas, que se possa lavar... Algumas famílias entregaram as chaves, outras propuseram a hora da saída e da entrada. Algumas outras famílias saíram para passar o verão em outro lugar, deixavam a casa vazia e deram a chave para essas pessoas que estavam chegando, para que cuidem da sua casa, como se fossem parte da família. Em outras palavras, havia muita diversidade em como as famílias procederam com os jovens.
JMJ – O que Vocês acham foi o mais difícil durante a organização da JMJ em Madri?
Francisco Cañestro ** – Motivar a fazer um investimento financeiro tão grande e motivar a superar o medo e a insegurança, já que era hora de crise económica em Espanha.
JMJ – O que aconselhariam aos organizadores da JMJ Rio2013?
Gregorio Roldán –  Muita paciência. Que trabalhem mais do que se pode imaginar. O objetivo, que é o encontro dos jovens com Jesus Cristo e uma reunião presidida pelo Papa, supera o cansaço e frustrações próprias da organização e as relações entre as pessoas que coordenam o trabalho. E então, como todo mundo é cristão, para uma dose de esperança de que o trabalho se converta em oração, porque os tempos para oração serão poucos.
JMJ – O que diriam para as famílias que estão a ponto de tomar a decisão de acolher os peregrinos ou não?
Francisco Cañestro – Bem, como é dito em Evangelho do Mateus, não é? "Eu era estrangeiro, era um peregrino e me acolheste". Acho que isso é a chave. Fazer do próprio Rio a casa de um Cafarnaum, um lugar onde Cristo mora, hospedado em meio a outra família, como foi a família de Pedro. Acredito que acolher o peregrino é acolher o Cristo.
JMJ – Finalmente, o qual seriam seus desejos tanto para organizadores da JMJ Rio2013, como a todos os cidadãos do Rio de Janeiro, que estão se preparando para este grande encontro?
Gregorio Roldán – Bem, que fortaleçam a sua fé, porque tal ato, o que leva a maior parte da preocupação na logística de recepção e de celebrações, pois que esse trabalho é um trabalho que nasce da fé e da esperança de ver uma Igreja Católica universal, refletida na Arquidiocese do Rio de Janeiro. E se ela é refletida, é porque as famílias e diocesanos da Arquidiocese do Rio abriram seus corações para as pessoas.
Francisco Cañestro  – Que sejam encorajados a trabalhar. Trabalhar com a consciência que pode dar-lhes o Evangelho, que "o vosso Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-lhes-á". Acho que é o único método de todo o trabalho. Fazer isso de forma eficaz é fazer tudo para Deus, porque a estrutura humana não tem a capacidade nem de avaliar, ou para reconhecer o trabalho escondido assim, mas Deus, que vê o que está oculto irá recompensar.
*Gregorio Roldán Collado - Delegado Episcopal para Crianças e Jovens da Arquidiocese de Madrid; Secretário Geral da Jornada Mundial da Juventude e Responsável por Setor da Hospedagem durante JMJ Madrid2011.
**Francisco Cañestro – Subdelegado para Crianças e Juventude da Arquidiocese de Madrid; Responsável por Sacerdotes e Setor da Hospedagem durante JMJ Madrid2011.

Fonte: rio2013.com

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